O rapaz do anel
Minha prima e eu morávamos em uma pequena cidade no interior com apenas 10 mil habitantes. Nós, junto com meus irmãos, conhecíamos quase todos na cidade, já que muitos eram parentes ou amigos de amigos.
Havia apenas um clube na cidade onde as festas para jovens aconteciam, e todos da nossa idade frequentavam aos sábados. Era divertido porque todos se conheciam, mas também porque às vezes apareciam novas pessoas, amigos ou parentes de conhecidos.
Um desses amigos era Fred, que tinha um primo da capital chamado Lau. Minha prima já havia ficado com Lau uma vez, mas depois disso eles se tornaram apenas amigos.
Em uma noite, estávamos no clube e vimos Fred e Lau do lado de fora, junto com um grupo de rapazes que eram nossos amigos. Minha prima notou um rapaz desconhecido de cabelo castanho longo e roupas escuras junto com eles e perguntou quem era. Eu também não sabia quem era, então assumimos que ele era amigo de Lau.
Lau se aproximou da janela para falar conosco e o rapaz desconhecido o seguiu, nos olhando com um sorriso enigmático e mostrando um anel de brilhantes. Depois disso, os rapazes entraram na festa e não vimos mais o desconhecido.
Na segunda-feira seguinte, perguntamos a Fred sobre o rapaz desconhecido, mas ele disse que não sabia quem era e sugeriu que perguntássemos a Lau.
Quando encontramos Lau, perguntamos sobre o rapaz desconhecido que estava com ele na janela do clube naquela noite. Lau ficou surpreso e disse que não havia ninguém com aquelas características com eles. Minha prima achou que ele estava mentindo e ficou com ciúmes.
Perguntamos a outras pessoas que estiveram na festa, mas ninguém tinha visto ninguém com aquela descrição. Nenhum dos garotos que estavam com Fred e Lau também não viram.
Era estranho porque notamos que o rapaz desconhecido estava no grupo, mas não conversava com ninguém. Ele apenas ficava ao lado, como se fosse alguém novo tentando se enturmar. Mas ninguém o viu, nem mesmo Lau quando o rapaz mostrou o anel para nós duas.
Depois disso, apelidamos o caso de “o cara do tesouro do Drácula”. Anos depois, eu estudei na capital com Lau e sempre falava sobre o acontecido. Ele lembrava de todas as pessoas diferentes daquela época, mas continuava dizendo que a história do rapaz desconhecido era muito bizarra.
Até hoje, minha prima e eu ainda falamos sobre “o anel do Drácula” porque se tornou uma lenda para nós. Quem era aquele cara misterioso?
Relato enviado por: Mara Stela Scoll
Créditos: Imagem Xava du – Licença – Modificado: Anel Alterado